Conhece a tua Voz Interior e PÁRA a auto-sabotagem: o crítico interno explicado
Já alguma vez te perguntaste se estás a ser a melhor versão de ti mesmo, a produzir o teu melhor trabalho?
Passamos quase metade da nossa vida a falar connosco próprios, e nem sempre este diálogo interno é simpático.
Na verdade, muito do que dizemos a nós próprios está a travar a nossa realização pessoal, profissional,... influencia todos os aspectos da nossa vida.Não nos apercebemos que nos estamos a auto-sabotar!
Sem realizar o nosso potencial, continuamos a viver na mediocridade, determinados pela voz crítica interna que nos diz “não consegues”; a perder a batalha de palavras que decorre na nossa cabeça. Precisamos de dominar estas vozes internas negativas!!
Porque como nos tratamos a nós próprios define como os outros nos tratam...
Neste vídeo vamos dar início ao processo de alteração do padrão de pensamentos que nos está a impedir de prosperar, e para isso:
vamos perceber o que é o crítico interno,
como se formou, de onde vem esta voz interna
e vamos dar o primeiro passo para a transformação desta voz negativa numa voz útil, saudável.
O que é o crítico interno
Chamamos de crítico interno ao padrão de pensamentos destrutivos que ganhou raízes na nossa mente.
Consiste em pensamentos, crenças e atitudes negativas que se opõem aos nossos melhores interesses e minam a nossa auto-estima.
Este crítico começou a tomar forma durante a nossa infância. Agora faz parte da nossa voz interior que, mesmo com a melhor das intenções, acabou por se virar contra nós.
Tornou-se no nosso pior inimigo.
Como o crítico interno define a nossa vida
Este diálogo interno, automático e persistente, pode estar dirigido a nós próprios ou aos outros e é a fonte de muitos dos nossos comportamentos autodestrutivos.
Nutre a desconfiança, auto-crítica, renúncia, vícios, actividades sem objetivo produtivo,…
Consome a nossa atenção e faz com que seja difícil focar na resolução produtiva de problemas.
Perpetua o stress, quando rumina continuamente num determinado assunto... e o stress crónico tem efeito na saúde física.
E não pára connosco... "avisa-nos" sobre os outros, criando fricção nas relações e atitudes críticas e cínicas. O mundo torna-se negativo, sem sentido.
Diz-nos coisas como:
“És um vencido, um perdedor!”
“Quem pensas que és, nunca vais ser bem sucedido”
“Não sabes o que estás a fazer”
É uma voz intransigente, generaliza, não tem em consideração as nuances da situação, utiliza palavras como tudo ou nada, sempre ou nunca, todos ou ninguém
Como o critico interno se formou
Todas as nossas vozes internas foram antes vozes externas. Mas agora essas vozes tornaram-se nossas.
A forma como fomos vistos durante o crescimento, as atitudes dirigidas a nós como crianças, a forma como os nossos cuidadores se viam a si próprios, moldaram a forma como nos vemos. Internalizamos, ficou gravado no nosso sistema nervoso.
O crítico interno surgiu para nos defender do meio hostil, para nos assegurar que podíamos confiar em quem cuidava de nós.
Pais, cuidadores, irmãos, pares, sociedade,... quando crescemos carregamos connosco estas influências que agora fazem parte da nossa auto-imagem.
Mesmo que não tenhamos memória consciente destes episódios antigos, a sua memória implícita influencia o nosso comportamento atual.
Nem nos apercebemos quando vamos buscar esta informação aos arquivos escondidos da mente.
A memória implícita de experiências negativas pode criar distorção na percepção da realidade actual, pensamentos rígidos ou padrões de tomada de decisão desajustados.
E estas vozes passam de geração em geração, como uma doença hereditária...
A forma como falamos às nossas crianças, torna-se na sua voz interior.
O que pode ativar o critico interno
Cada um de nós tem os seus botões que, se pressionados, desencadeiam uma avalanche de pensamentos autodestrutivos. Dependendo da situação em que nos encontramos, do grau de cansaço/ fragilidade, ou da intensidade do estímulo, todos nós conhecemos o crítico interno.
O crítico interno é desencadeado quando vêm ao de cima memórias implícitas que definem o presente, em situações como:
alguém próximo de nós é fonte de dor/ desconforto: - o mundo é um lugar cruel
as nossas necessidades ou expectativas são negadas: e a voz interna diz-nos - ninguém te ama
estamos expostos, em público ou num relacionamento, e tememos a opinião do outro: - desencadeia o medo da rejeição
estamos perante uma figura que representa autoridade: - que nos faz sentir uma fraude
falhamos os nossos objetivos: - que se torna numa declaração absoluta de que nunca vou conseguir nada
É importante que percebas que não é tanto o mundo externo que define estes sentimentos, mas os padrões de pensamentos interiorizados ao longo de uma vida.
"Há alguém que te está sempre a observar... Esse alguém és tu!”
Cabe-te decidir se deixas que este observador seja um crítico com preconceitos baseados no passado, ou conectado com a realidade e capaz de uma auto-crítica saudável.
O primeiro passo para a transformação
O que me dirias se fosse eu a falar contigo da mesma forma como te falas?: se te dissesse algo como:
- estás melhor sozinho
- vão-te abandonar
- não és capaz
- és uma desgraça
Provavelmente dizias-me: "Pára!!! Quem és tu para me falar assim?"
Então... porque deixas que a tua voz interna te fale desta forma?
O primeiro passo para a transformação desta voz negativa numa voz saudável e útil está dado: o que fizemos ao longo deste artigo foi tomar consciência de que ela existe.
Podes ponderar se o teu crítico interno é a razão por trás de alguns comportamentos menos adequados.
Se ele é severo contigo ou se surge disfarçado de uma voz traiçoeiramente calmante.
Lembra-te que a forma como nos trataram em criança ou nos momentos determinantes do nosso desenvolvimento, se tornou na nossa voz interior, e a memória implícita de experiências negativas está a criar distorção da realidade.
Mas não te sintas só, cada um de nós tem os seus botões, todos conhecemos o crítico interno...
Não deves é deixar que a tua voz interna te fale assim.
É possível transformar os padrões de pensamento, mesmo os mais enraizados,
e é o que vamos explorar no próximo artigo.
Sê gentil contigo,
até breve
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